Partindo da iniciativa do Instituto Lusíada de Cultura-ILC, associação sem fins lucrativos fundada em 1982 e declarada de utilidade pública em 1991, preconizou-se a criação de um Museu dedicado às artes digitais, reabilitando uma parte significativa das instalações da Cooperativa Agrícola dos Produtores de Azeite em Santa Catarina da Fonte do Bispo, numa zona rural bem conhecida de transição entre o barrocal e a serra algarvia.
O grande desafio, e aposta, partiu exatamente do contexto onde se fará esta intervenção ( instalações industriais abandonadas, num território ainda sobretudo agrícola, em vias de desertificação, mas onde permanecem vivos extraordinários aspetos e valores da etnografia, cultura e património algarvios) e da ambição de o transformar num centro dedicado à produção artística.
Partindo da mobilização de capitais próprios e apoios comunitários e contando com o envolvimento e apoio de inúmeras entidades e personalidades europeias, nacionais e da região algarvia, na recolha de propostas que nos ajudaram no desenho da solução de reabilitação e adaptação de antigos armazéns de cereais, em novos espaços, dedicados à criação, produção e fruição de obras de arte digital.
De forma propositada, não o preparámos para acolher determinado acervo ou tipologia específica de obras, tendo sim apostado na sua infraestruturação e equipamento. O nosso acervo será o resultado das obras que aqui, ou para aqui, vierem a ser produzidas, não descurando, de modo nenhum, as oportunidades que se nos abrirem, no curto prazo, a nível nacional, e internacional.
Os nossos parceiros são, desde as entidades públicas e associativas de maior relevância, para as artes digitais, no Algarve, como também a nível nacional, mas sobretudo as parcerias que conseguirmos alavancar junto dos museus europeus, já hoje existentes a nível europeu, e com quem estamos já a trabalhar.
Para a sua instalação e funcionamento fomos avançando com algumas iniciativas de apresentação e divulgação, envolvendo a população residente e visitantes, através de um plano de eventos e iniciativas comunicacionais e promocionais.
O Conceito principal em que assenta este Museu conta com a criação de um lugar de representação física de obras de arte de carácter digital. Essa materialização passa pela partilha (das obras ao público), mas também pela hospitalidade (acolhimento dos artistas residentes). Não pretendemos, no entanto, assegurar a apresentação de um conjunto de obras predefinidas, ou determinada área artística, mas desafiar criadores, artistas, centros de investigação, museus e universidades ( nomeadamente a Universidade do Algarve) a nos proporem projetos inovadores, e que nos deem visibilidade, pela sua originalidade e valores estéticos.
Queremos, sobretudo, ser um elemento de orgulho para a região. Preconiza-se, pois, a produção in situ de obras de arte, concebidas em função dos espaços expositivos existentes, suportadas por tecnologias que permitam explorar todas as potencialidades associadas aos domínios do digital. As obras apresentadas são, portanto, site specific (diretamente concebidas para serem exibidas nos espaços deste museu, muito fortes em termos estéticos), mas também oriundas de acervos de outros museus nacionais e internacionais.
O Museu Zero assenta também de uma forma muito singular no território onde será instalado. Antes de mais, pela sua localização, no Barrocal algarvio, no conjunto agrícola dos silos, que se destaca incontornavelmente como landmark. O conceito museológico em presença visa a exploração de processos de hibridação do espaço: a busca de uma continuidade entre paisagem, arquitetura e arte.
Executive Committee
Executive Committee
Executive Committee
Public and arts mediation service
Discover Digital Art